segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Feira...

31/08/2009, 01:00h.


Saí às compras.

Sentimentos estão em falta.

Errei de feira...

Ou de Mundo.


Paciência tem limite...

Só por encomenda.

Justiça também está em falta...

Dizem que não está na época.


Preconceitos têm aos montes.

Desprezo está na promoção.

As mentiras, estragam em caixotes de tanta fartura.

Desesperança e descrença lotam os mostruários.


Fé tornou-se especiaria rara.

Esperança, além de cara, um ou outro barraqueiro possui.

Inocência nem adianta procurar.

A bondade não vingou, uma praga estragou toda a safra.

É tempo da irracionalidade...

Da insegurança.

Miséria tem o ano todo.

Desigualdade então?!

A maldade é anunciada aos berros.

Para todos os gostos.

Vendem a quilo, o metro e a dúzia.

Ganância nunca falta.


Fardos de leviandades colorem as barracas.

Amarrados de alienação pendurados.

Trouxas de ódio preenchem as lacunas.

E nas bacias, regadas de hora em hora com lágrimas para não murchar, violência.


A felicidade não chegou para todos.

Talvez semana que vem cheguem algumas mudas.

O cheiro de hipocrisia paira no ar.

Amostras de insensatez são distribuídas regularmente.


Não posso deixar de citar as amarguras...

Vendidas com favos de desilusões.

Bolsas e mais bolsas de infidelidades.

Negocia-se medo o tempo todo.


E o amor???

Olham-me com olhos estupefatos.

Neste momento alguém esbarra em um monte de invejas, que espalham-se pelo chão.

Na falta, oferecem-me sofrimento, angústias e lamentações.


Pelo visto, terei de cultivar amor em casa.

Passei horas procurando e ninguém conhece nem por nome.


Volto para casa de mãos vazias...

Pretendia ter uma dieta rica em sentimentos prazerosos.

Mas vejo que a alimentação do Mundo continua indigesta.

sábado, 29 de agosto de 2009

Sonho...

29/08/2009, 03:07h.

Então fecho meus olhos...

Transporto-me.
Sem culpa.
Uma viagem lúdica.

Ninguém por perto.
Somente eu...
E meus pensamentos.
No alto de uma cordilheira...

Aqui não existem conflitos.
Uma tempestade está por vir.
Sinto o vento.
A visão de um vale.

Fortemente iluminado pelos clarões dos relâmpagos.
Neste céu enraizado de energia.
Silêncio profundo.
Quebrado apenas pelo ronco dos trovões.

Atiro-me...
No mais puro, profundo e cristalino lago.

Emerjo.
Atravesso.
Lanço-me em uma trilha rumo à floresta.
Uma serenata astral toma conta da noite.
Tudo é vivo.
Já sinto cheiro da terra molhada.
A chuva chega.
Um banho n’alma, descarrega-me.
Agora o vento já é mais forte.
Redemoinhos em folhas secas cruzam meu caminho.
As gotas grossas estalam ao cair.
Só vejo ao longe, um casebre.

Chego.
Adentro-me a varanda, vou desfazendo-me das roupas molhadas.
No interior da casa, simples, uma lareira.
E na pequena chama que resta, lanço meus problemas, levantando o fogo e aquecendo-me.

Nas paredes da sala, quadros antigos, recordações de uma vida passageira.
Na cristaleira, toda a pureza de minhas conquistas mais delicadas.
A água chia, borbulhando nas bases do fogão à lenha.
Logo, o cheiro do café, toma conta de toda a casa.

Vou para o meu quarto.
Uma pequena lamparina dá forma às sombras.
Deito-me...
Aconchego-me.

Penso no Mundo.
E em tudo que poderia ser feito...
Em como o povo perde tanto tempo, flagelando-se.
Quando a maior felicidade está nas coisas simples.

Apenas “Ser” e “Sentir”.
Elevo-me.
Pego no sono.
Sonho.

Com um Mundo melhor e mais Humano.

Concentro-me para encarar a realidade.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Babilônia...

28/08/2009, 01:30h.


Já não dá mais...


Vejo fantasmas disfarçados de Humanos.

Acorrentam-me neste submundo.

Idealizam conceitos carnais, conceitos banais...

Amordaçam-me.


Chicoteiam meu corpo.

Dão-me do fel para beber.

Babilônia enclausurada.

Escravos oclusos.


A dor já não é passageira.

Procedem à dissecação de corpos vivos.

Redução gradativa e consequente desaparecimento do amor.

A maldade é premeditada.


Onde estão os indulgentes para com os defeitos de outrem???

Existirão, ainda, pessoas dispostas a perdoar ou a compreender???

E quanto aos altruístas???

Compaixão.

Misericórdia.

Perder a razão.

Desorientar-se.

Ilusão (que faz ver o que não é).

Cegueira intelectual.


Desesperança acompanhada de cólera

Atrofia dos sentidos por esclerose.

Impossibilidade de se adaptar a uma situação nova.

Fobias


E o que é pior...

Xenofobia.

Profilaxia entre semelhantes.

Contundem tudo e todos.


Humanidade.

Mistura confusa e desordenada.

Falam do valor de uma coisa sem atender à sua estimação ou circunstâncias.

Inimigos de si mesmo.


Adesão absoluta do espírito àquilo que se considera verdadeiro.

Mas não há mais nada verdadeiro.

Sofrimento perpétuo.

Vulgaridade Globalizada.


Como podem sistematizar uma Vida inteira???


Permutação de valores irrisórios.

Discrepância.

Irreverência com o viver.

Imprudência.


Vejo fantasmas disfarçados de Humanos.

Acorrentam-me neste submundo.

Chicoteiam meu corpo.

Dão-me do fel para beber.


Resistirei...

Persistirei...


Jamais perdoarei a ingratidão.

Meu desejo por Humanizar é incessante.

Procurararei os sentimentos por toda a parte com frequência e importunidade.

Façamos a osmose das classes.


O Mundo é dos justos

O Mundo tem de ser auto-suficiente.

O Mundo é de Paz.


Abaixo a Babilônia!!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Navegar...

27/08/2009, 01:22h.

E no Mar das desilusões navego...


Só.

Uma tempestade de senso comum assombra-me.
Ondas gigantes de opiniões jogam-me contra os rochedos da normalidade.
Os faróis da esperança agora são ofuscados pelas neblinas da descrença.

Uma procela desvairada de saberes padronizados.


Não abato-me.
Não descansarei.

Ainda que o sono da tristeza consuma-me...
Navegarei em busca de terra firme, longe de opiniões e apontamentos.

Seres bizarros circundam minha embarcação.

Perscrutam meu corpo, meu velejar.


Barco de sonhos.
Não há ancoras.

Não posso parar.


Nesta Vida sem estrelas...
Minha bússola é minha fé.
Minha orientação é minh’alma.
Meu objetivo é meu foco.
Os ventos da discórdia preenchem minhas velas.
Nesta imensidão de vazio, neste Mundo gélido, tenho apenas meus sentimentos para aquecer-me.

Precipícios inimagináveis surgem a minha frente...

Não existe nada tão profundo que eu não possa emergir.


Canto às almas submersas que um dia as bestas feras as fizeram Soçobrar ou desfazer-se no mar.

Nada, nem ninguém far-me-á calar.

Achismos” não desnortearão meu leme.

Tenho o temão sobre controle.

Superarei qualquer intempérie.


Minha carta traçada pelo coração aponta-me um norte de idéias.

Desacreditadas pela humanidade naufragada.

Navego contra as correntes da deturpação.

Nesta tormenta mundana.


Ninguém vaticina meu viver.

Por mais persuasivo que sejas.

Separo mentalmente uma parte de um todo para a considerar independente das outras partes.

Almejo calmaria, ainda que inóspita.


E no Mar das desilusões navego...

Ascendo-me em meus pensamentos...
Pressinto vitória tão breve...
Um porto seguro aguarda-
me.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Aprender...

26/08/2009, 00:30h.

E então aprendemos...


Que a Vida é uma só.

Que o bem vence o mal.

Que o que é bom, dura pouco.

Que nada se leva.


E então aprendemos...


Que Ensinar é Aprender.

Que nascemos para sermos felizes.

Que muitos são os caminhos...

Mas que existe apenas uma entrada.


E então aprendemos...


Que existe livre arbítrio...

Mas que o respeito lidera.

Cada um é dono de seu próprio destino.

E não existe verdade única.


E então aprendemos...

Que para estar “sobre” é necessário auxiliar o “sob”.

Que “ser” supera o “ter”.

Que a fé é suprema.

Que nada é impossível.

E então aprendemos...


Que o corpo perece...

Mas que a alma é intocável.

Que o Mundo é de todos...

Mas que precisa de cuidados e atenção.


E então aprendemos...


Que não se pode comprar honra.

Que preconceitos, não nos levam a nada.

Que no fim não existe rico ou pobre.

Que as respostas vêm de dentro.


E então aprendemos...


Que o cérebro domina o coração...

Mas que o coração domina o corpo.

Que não basta ter olhos para enxergar...

Tampouco ouvidos para escutar.


E então aprendemos...


Que sete pecados englobam os demais.

Que errar faz parte do aprendizado...

Mas perdoar somente aos evoluídos de espírito.

Que o amor é amórfico.


E então aprendemos...


Que liberdade de expressão não é para massacrar algo ou alguém.

Que censura também é violência.

Que os Homens da Lei nem sempre são justos.

Que a corda sempre arrebenta do lado dos mais fracos.


E então aprendemos...


Que humilhar não enobrece ninguém.

Que o silêncio às vezes diz mais que palavras.

Que é preciso pensar muito...

Para não magoarmos ao próximo.


E então aprendemos...


Que para aceitar é preciso aceitar-se.

Que a loucura é para aquele que vê e não compreende.

Que os sonhos são projeções de um “EU” maior.

Que nada é por acaso.


E então aprendemos...


Que a Paz é a chave para evolução.

Que não pode existir fome neste Mundo.

Que lucidez e insanidade são inerentes.

Que a igualdade constrói.


E então aprendemos...

E então aprendemos...

E então aprendemos...


Por que tanta desigualdade???

Por que tanta maldade???

Por que tanta guerra???


O que deixamos de aprender???


Saiamos da teoria a prática!!!


Eis a solução para o Mundo.


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Teia...


24/08/2009, 03:22h.

Nas teias da Vida.
Os ciclos do Mundo.

Para os "acordados"...
Arte, perfeição, pureza, sabedoria...
Para os demais...
Armadilha, tragédia, dor...

E sem pressa a Vida é construída...

Planejada.
Ponto a ponto.
Raios e espirais.

Cada parte...

Única.
Simétrica.
Resistente.

Com muito trabalho a Vida é formada...
Coordenar, compor (o que exige trabalho e atenção).
Não há como pular etapas, burlar ou engabelar.
Os pontos de partidas devem ser bem escolhidos.
Algo que, definitivamente, fará a diferença.

Imprevistos sempre ocorrerão.
Neste Mundo imprevisível.

E aos desavisados, leigos...
E aos apavorados, afobados, precipitados...
E aos gananciosos, injustos...

A teia da Vida não perdoará.

Mantemos-nos cientes, conscientes...
A Vida consiste em uma busca eterna pela perfeição.
Todos encontram-se, no mesmo caminho.
A velocidade deste sucesso está na cooperação.

Como a teia, o centro das atenções é fatal.
Uma vez preso em mentiras, enganações, intrigas, traições...
Não há volta.
Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira.
Sejamos claros uns com os outros.
Ajudemos.
Construir teias fortes, maleáveis, flexíveis...

E "não" à oposição.

De idéias...
De Vida...
Valores.

Saibamos respeitar.
Tenhamos cuidados...
Conselhos e críticas, possuem significados e pesos diferentes.
Sejamos livres...

Nunca hesite em sentir.
Nunca hesite em demonstrar.

Jamais esqueçamos...
O sentido da Vida está em viver.
Muito são os fios...
Todos são fundamentais e imprescindíveis.

E continuaremos lutando até o fim.

Nas teias da Vida.
Os ciclos do Mundo.